Na época em
que Carnaubais ainda era o povoado de Santa Luzia era comum a presença do
carreiro com o seu carro de boi. O Carro de boi é um dos mais primitivos e simples meios de transporte ainda em uso nos meios rurais, utilizado para o
transporte de cargas (produtos agrícolas) e pessoas e o seu condutor era
conhecido como “carreiro”. A seguir, um trecho do livro A Santa Luzia do meu tempo, do escritor
Gilberto Freire de Melo que fala um pouco sobre essa importante figura:
“Vivia-se um tempo em que a comunicação se
fazia através do ‘carreiro’ – o piloto dos carros de bois – veículo a tração
animal remanescente de uma época em que não se ouvia o ronco dos motores de
automóveis ou de caminhões. O único barulho indicador da passagem ou chegada do
transporte utilizado na região era o cantar dolente ‘dos cocão’ das rodas do
carro, lubrificados com sebo e carvão vegetal para que o roçar no eixo, tudo de
madeira, produzisse mais estridente e mais melodioso o som que parecia um
gemido triste, plangente, ouvido à distância. E o ‘carreiro’ fazia o transporte
das cargas, dos passageiros, das encomendasse das notícias que divulgava ao seu
sabor, obedecendo ao princípio da sabedoria popular: quem conta um conto
aumenta um ponto”.
Em outro
trecho também interessante, podemos encontrar:
“Até então, as notícias, os fatos e feitos
históricos e heroicos da região eram transportados pelo ‘carreiro’, assim
chamado o condutor do carro de boi, que, de boca em boca, as transmitia aos
habitantes. Assim se fazia a comunicação. Os casamentos, os batizados, os
óbitos e os episódios mais importantes da vida na Várzea do Açu eram
distribuídas num colóquio verbal e entusiasmado entre as comunidades, nos
encontros casuais ou nas reuniões dos alpendres que à boca da noite se
realizavam para os comentários de tudo quanto se passava nas redondezas”.
Abaixo, um vídeo muito interessante falando sobre esse importante instrumento da época dos nossos avós.
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