Em 15 de março de 1967, a nova carta magna, a Constituição
de 1967 entrava em vigor junto com o mandato do presidente eleito pelo
Congresso Nacional, o Marechal Arthur da Costa e Silva (foto à esquerda).
Com o prosseguimento dos militares no poder, as
situações de protesto e conflito contra o novo governo tomavam cada vez mais
relevância. Depois de passeatas de protestos, greves, manifestações estudantis
que repercutiram mal ao governo devido a morte do estudante Edson Luís por
policiais e do discurso dado no Congresso pelo deputado Márcio Moreira Alves,
do MDB, que fez duras críticas ao militarismo, o presidente Costa e Silva,
publicou no dia 13 de dezembro de 1968 o Ato Institucional Nº 5 ou o AI-5, que
permitia ao presidente estabelecer o recesso indeterminado do Congresso
Nacional e de qualquer outro órgão legislativo em esfera estadual e municipal,
cassar mandatos e suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por dez
anos. Além disso, poderia ser realizado o confisco dos bens daqueles que fossem
incriminados por corrupção e estabeleceu também a Censura a revistas, jornais,
livros e programas de rádio e televisão suspeitos de serem subversivos ao
governo. Assim enquanto a cidade de Carnaubais comemorava mais um festejo de
sua padroeira, uma importante decisão política estava sendo tomada em nível
nacional.
Em maio de 1969, o presidente juntamente com uma comissão
de juristas se propôs a realizar um reforma política através de uma emenda
constitucional que previa a suspensão do AI-5. Essa emenda seria assinada no
dia 07 de setembro de 1969, mas uma semana antes, o presidente Costa e Silva
sofreu um derrame cerebral e como não havia nenhuma previsão constitucional para tal
situação de emergência foi sucedido por
uma Junta Governista Provisória, formada pelos ministros militares Aurélio de
Lira Tavares, Augusto Rademaker e Márcio de Sousa Melo que governou o país de
31 de agosto de 1969 até 30 de outubro do mesmo ano.
A emenda constitucional
contendo a extinção do AI-5 foi esquecida.
A Junta Provisória, outorgou uma outra emenda constitucional que impediu a posse do vice-presidente Pedro
Aleixo e deu posse no dia 30 de outubro de 1969 ao general Emílio Garrastazu Médice.
A posse de Médice se deu 18 dias antes da morte do
ex-presidente Costa e Silva e três meses antes da transição de gestão municipal
em Carnaubais, em 31 de Janeiro de 1970, quando Valdemar Campielo transmitiu o
poder municipal para o segundo prefeito eleito, João Teixeira Filho (foto à direita).