quinta-feira, 28 de maio de 2015

SOBRE O PRIMEIRO TELEFONE PÚBLICO DE CARNAUBAIS

O telefone foi inventado pelo cientista escocês Alexandre Graham Bell em 1876. No ano seguinte, em 1877, este aparelho foi instalado no Brasil, na época do Imperador D. Pedro II. Aos poucos, esse instrumento foi se espalhando pelo resto do país.

Em Carnaubais, o telefone chegou em 1929, quando a cidade ainda era um povoado chamado Santa Luzia. Através do esforço de Abel Alberto da Fonseca foi instalado um telefone público, o primeiro da localidade, que teve como sua primeira telefonista a Sr.ª Iracema Borja da Fonsêca.


Faltam-nos informações suficientes para sabermos que tipo e modelo de telefone foi utilizado aqui naquela época, mas o fato é que desde o início do século XX Carnaubais já dispunha de um telefone público.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

SOBRE A PRODUÇÃO DE CERA DE CARNAÚBA

A produção de cera de carnaúba foi uma atividade econômica muito presente na história de Carnaubais. Hoje em dia, porém, temos poucos produtores.

Até onde se sabe, Abel Alberto da Fonseca foi o pioneiro nessa atividade, mas é possível que as famílias criadoras de gado que se instalaram em nossas terras já praticassem tal atividade. Mas o fato é que Abel montou uma usina de produção de cera ainda no início do século passado.

Apesar de não ter evoluído muito, as técnicas de produção de cera da atualidade são um pouco mais modernas do que as da época de Abel.

No Museu Zulmira existe uma máquina de corte de palha (na foto acima) que é anterior as máquinas utilizadas nos dias de hoje. A diferença era que a máquina mais antiga deveria ficar fixa em algum lugar que os mais antigos chamavam de “indústria” aguardando que os trabalhadores levassem as palhas até ela para triturá-las. As máquinas mais modernas, porém, são acopladas em um caminhão que vai até onde tem as palhas.

A palha após ser triturada, passa por um processo até se tornar cera que é utilizada para diversos fins, como a produção de velas, de produtos de limpeza e é utilizada até em chips de computadores.


Acima temos a foto da antiga máquina de cortar palha e abaixo temos um vídeo que mostra como a cera é produzida atualmente.


quinta-feira, 14 de maio de 2015

SOBRE O ENGENHO DE RAPADURA

Breve histórico da rapadura
A fabricação da rapadura teve início no século XVI, nas Canárias, ilhas espanholas do Oceano Atlântico. O produto foi exportado para toda a América espanhola no século XVII, época de grande expansão açucareira.
A rapadura originou-se da raspagem das camadas (crostas) de açúcar que ficavam presas às paredes dos tachos utilizados para fabricação de açúcar. O mel resultante era aquecido e colocado em formas semelhante às de tijolos.
No Brasil, os engenhos de rapadura existem desde o século XVII, ou talvez antes. Há registro da fabricação de rapadura, em 1633, na região do Cariri, Ceará.
Comentário

Em Santa Luzia (Carnaubais), o engenho de rapadura veio a existir somente no início do século XX, mais exatamente em 1926, através da iniciativa de Abel Alberto da Fonseca.

Como eram os engenhos

Os engenhos de rapadura eram pequenos e rudimentares. Possuíam apenas a moenda, a fábrica, onde ficavam as fornalhas, e as plantações de cana que, normalmente, dividiam o espaço com outros tipos de cultura de subsistência.
No início, as moendas eram de madeira, movidas a água (onde havia abundância do líquido) ou tração animal (cavalos e bois). No século XIX, surgiram as moendas de ferro, usando-se ainda o mesmo tipo de tração. Depois os engenhos evoluíram passando a ser movidos a vapor, óleo diesel e finalmente a eletricidade.
Comentário

O engenho de Abel não era diferente desse tipo tão comum espalhado por outras cidades e localidades do Brasil. Ele era provavelmente de madeira e movido por tração animal, que era a forma mais comum dos engenhos de nossa região.

O caráter da produção

Por ter um mercado reduzido, em comparação com o do açúcar, a produção tinha um caráter regional, não sendo necessária a sofisticação exigida para fabricar o açúcar que era exportado. Até hoje produz-se rapadura no Brasil com métodos e técnicas rudimentares. Não houve a introdução de inovações no processo produtivo nem diversificação de produtos. A grande maioria dos engenhos continua produzindo rapadura em tabletes de 400g a 500g que são comercializados nas regiões próximas das áreas produtoras.

Comentário

Apesar da rapadura ainda fazer parte da culinária carnaubaense, não existe hoje em dia nenhum engenho que fabrique esse tipo de doce em nossa cidade.

A baixo, temos um vídeo mostrando como acontece a produção da rapadura em um engenho semelhante ao do tempo de Abel.




Fonte: O texto sobre rapadura está disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br. Acesso em: 14 mai. 2015. Os comentários foram feitos pelo blog.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

SOBRE A INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DO ALGODÃO

Após a construção da Igreja de Santa Luzia em 1913, no ano seguinte em 1914, Abel montou uma pequena indústria para beneficiamento do algodão. Esta contava com uma máquina que fazia o serviço de descaroçamento.

No início do século XX existiam em nossa região pelo menos três tipos de descaroçador de algodão, um mais simples, feito de madeira, outro mais sofisticado e outro ainda mais sofisticado, pois já era mecânico. Não sabemos ao certo qual destes três foi trazido por Abel, mas o mais provável é que ele tenha trazido o mais simples, ou pelo mesmo o segundo tipo, pois o mecânico era mais raro e mais caro também.

O descaroçador de madeira era projetado e construído inteiramente de madeira nobre e não utilizava nem um prego sequer, pois todos os seus encaixes eram feitos de pau. Através de um sistema de moendas movidas por manivelas, essa máquina retirava o caroço da lã.

        O segundo tipo era uma máquina que consistia numa espécie de peneira com um tambor que girava muito próximo dela, fazendo o "papel" dos dedos a puxar o fio. Na superfície do cilindro existiam ganchos que capturavam o fio a partir da semente e uma escova rotativa puxava-os. A máquina conseguia fazer apenas numa hora o que vários trabalhadores conseguiam fazer num dia inteiro.          
         
Já o descaroçador mecânico era uma tradicional maquinário agrícola, chamado pelos sertanejos de “Vapor”. Ele era  atrelado a um besouro, uma máquina de cinquenta serras, utilizada para descaroçar algodão e possuia um dínamo para gerar energia elétrica.


     
      Apesar de ser apenas um povoado, Santa Luzia (Carnaubais) já contava com a industrialização desde o começo do século passado. Mesmo que fosse ainda rudimentar, mas no povoado de Abel já beneficiava o algodão ali produzido com o auxílio de um maquinário. E isso se deu, por causa da iniciativa e da visão inovadora de Abel Alberto da Fonseca.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

SOBRE A ANTIGA IGREJA DE SANTA LUZIA

Além da construção do Sobrado, da organização da feira livre, da adoção de Santa Luzia como padroeira da comunidade e da mudança de nome do povoado de Poço da Lavagem para Santa Luzia, também foi Abel Alberto da Fonseca um pivor para a construção da Igreja de Santa Luzia, o primeiro templo religioso de nossa cidade, cujo prédio ainda continua de pé e pode ser visto e visitado até hoje na Cidade Histórica.

Abel liderou o movimento para a construção da igreja em 1913 e a partir disso, a vida religiosa de Santa Luzia (Carnaubais) passou a girar em torno desse local, onde acontecia as missas, as novenas, os casamentos. Além da religiosidade, era na calçada da igreja onde ocorria as apresentações do pastoril durante os festejos em homenagem a Santa Luzia. Foi essa mesma calçada também, que durante a cheia de 1974 serviu de abrigo para os bens de algumas pessoas que aguardavam por socorro.


Depois da mudança da sede do município para o tabuleiro e a construção da Igreja de Santa Luzia na cidade nova, a antiga igreja se tronou um monumento histórico de nosso município, tendo mais de cem anos de edificação e sendo uma das construções mais antigas de nossa cidade. E o que é melhor, ainda de pé. Mas ela não perdeu sua utilidade religiosa, pois é neste local onde acontece também nos dias de hoje as missas de São José, que é o atual padroeiro da Cidade Histórica.

A antiga Igreja de Santa Luzia é um patrimônio do povo e da história carnaubaense.

terça-feira, 5 de maio de 2015

SOBRE SANTA LUZIA

Abel Alberto da Fonseca era devoto de Santa Luzia e foi ele o responsável por torná-la a padroeira de Poço da Lavagem e ao mesmo tempo por mudar o nome desse povoado que passou a se chamar Santa Luzia em homenagem a sua patrona.

Dizem alguns mais velhos que o que levou Abel a trazer a santa de Siracusa para ser padroeira da localidade onde ele morava foi uma promessa. Aconteceu que no carnaubal dele começou um incêndio. Temendo o prejuízo, Abel fez um voto a santa de que se o fogo não atingisse os “olhos” das carnaubeiras ele faria dela a patrona de sua comunidade. Pouco tempo depois, começou uma chuva que acabou com o fogo e não permitiu que ele consumisse aquelas árvores. Assim, tendo sido favorecido, Abel cumpre sua promessa fazendo de Santa Luzia a padroeira de sua localidade.


Se é verdade ou não o que contam os mais velhos não temos como saber, pois falta-nos documentos que comprovem o fato ocorrido. Mas é certo que foi por causa da influência de Abel Alberto da Fonseca que Carnaubais adotou Santa Luzia como sua padroeira, permanecendo com essa devoção até hoje e que foi a partir desse acontecimento que houve a mudança do nome de Poço da Lavagem para Santa Luzia, o segundo nome da terra que futuramente seria a cidade de Carnaubais.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

SOBRE A FEIRA LIVRE DE CARNAUBAIS

A feira livre de Carnaubais já acontece há quase 102 anos. Ela foi primeiramente organizada por Abel Alberto da Fonseca, ocorrendo inicialmente em um sábado, 13 de Dezembro de 1913, dia de Santa Luzia. Apesar de a primeira feira ter acontecido num sábado, ela passou a ocorrer aos domingos pela manhã ao lado do Sobrado.

Depois que construíram o mercado do povoado de Santa Luzia (Carnaubais) a feira livre deixou de ser ao lado do Sobrado e passou a acontecer naquele novo local. Após a cheia de 1974, a reconstrução de Carnaubais no tabuleiro e a construção do novo mercado público no novo centro municipal, a feira livre passou a ocorrer ao lado deste, aos domingos de manhã. E isso acontece até aos dias de hoje.

Atualmente, depois de mais de cem anos, a feira livre de Carnaubais ganhou uma cobertura para um melhor acolhimento dos comerciantes e dos compradores.

           
Por tanto, uma tradição centenária, organizada primeiramente por Abel Alberto da Fonseca se perpetua ao longo do tempo. A feira livre de Carnaubais que acontece todos os domingos pela manhã ao lado do mercado público.