Após a construção da Igreja de Santa
Luzia em 1913, no ano seguinte em 1914, Abel montou uma pequena indústria para
beneficiamento do algodão. Esta contava com uma máquina que fazia o serviço de
descaroçamento.
No início do século XX existiam em
nossa região pelo menos três tipos de descaroçador de algodão, um mais simples,
feito de madeira, outro mais sofisticado e outro ainda mais sofisticado, pois
já era mecânico. Não sabemos ao certo qual destes três foi trazido por Abel,
mas o mais provável é que ele tenha trazido o mais simples, ou pelo mesmo o
segundo tipo, pois o mecânico era mais raro e mais caro também.
O descaroçador de madeira era projetado
e construído inteiramente de madeira nobre e não utilizava nem um prego sequer,
pois todos os seus encaixes eram feitos de pau. Através de um sistema de moendas
movidas por manivelas, essa máquina retirava o caroço da lã.
O segundo tipo era uma máquina que
consistia numa espécie de peneira com um tambor que girava muito próximo dela,
fazendo o "papel" dos dedos a puxar o fio. Na superfície do cilindro
existiam ganchos que capturavam o fio a partir da semente e uma escova rotativa
puxava-os. A máquina conseguia fazer apenas numa hora o que vários
trabalhadores conseguiam fazer num dia inteiro.
Já o descaroçador mecânico era uma tradicional maquinário agrícola, chamado pelos sertanejos de “Vapor”. Ele era atrelado a um besouro, uma máquina de cinquenta serras, utilizada para descaroçar algodão e possuia um dínamo para gerar energia elétrica.
Excelente matéria
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