segunda-feira, 11 de maio de 2015

SOBRE A INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DO ALGODÃO

Após a construção da Igreja de Santa Luzia em 1913, no ano seguinte em 1914, Abel montou uma pequena indústria para beneficiamento do algodão. Esta contava com uma máquina que fazia o serviço de descaroçamento.

No início do século XX existiam em nossa região pelo menos três tipos de descaroçador de algodão, um mais simples, feito de madeira, outro mais sofisticado e outro ainda mais sofisticado, pois já era mecânico. Não sabemos ao certo qual destes três foi trazido por Abel, mas o mais provável é que ele tenha trazido o mais simples, ou pelo mesmo o segundo tipo, pois o mecânico era mais raro e mais caro também.

O descaroçador de madeira era projetado e construído inteiramente de madeira nobre e não utilizava nem um prego sequer, pois todos os seus encaixes eram feitos de pau. Através de um sistema de moendas movidas por manivelas, essa máquina retirava o caroço da lã.

        O segundo tipo era uma máquina que consistia numa espécie de peneira com um tambor que girava muito próximo dela, fazendo o "papel" dos dedos a puxar o fio. Na superfície do cilindro existiam ganchos que capturavam o fio a partir da semente e uma escova rotativa puxava-os. A máquina conseguia fazer apenas numa hora o que vários trabalhadores conseguiam fazer num dia inteiro.          
         
Já o descaroçador mecânico era uma tradicional maquinário agrícola, chamado pelos sertanejos de “Vapor”. Ele era  atrelado a um besouro, uma máquina de cinquenta serras, utilizada para descaroçar algodão e possuia um dínamo para gerar energia elétrica.


     
      Apesar de ser apenas um povoado, Santa Luzia (Carnaubais) já contava com a industrialização desde o começo do século passado. Mesmo que fosse ainda rudimentar, mas no povoado de Abel já beneficiava o algodão ali produzido com o auxílio de um maquinário. E isso se deu, por causa da iniciativa e da visão inovadora de Abel Alberto da Fonseca.

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