sexta-feira, 19 de junho de 2015

A PARTEIRA

Por não existir hospitais, maternidades ou posto de saúde nas terras de Santa Luzia era comum os partos humanos acontecerem na própria casa dos casais. Nesse contexto, se destacou a figura da parteira, alguma mulher da comunidade que tinha como missão ajudar as mães na hora do parto, “pegar” e limpar o recém-nascido.

Elas não tinham treinamento ou conhecimentos de medicina e enfermagem, mas seu trabalho era indispensável ás gestantes da época, tendo que enfrentar muitas vezes perigos para chegar até a casa onde necessitava seu auxílio, dada as precárias condições das estradas e veredas que só eram transitáveis a pé ou por carros-de-boi, situação essa que era agravada na época das enchentes, que por sua vez inundavam as lagoas e interrompiam as passagens dificultando ainda mais os acessos. Isso, sem falara das próprias dificuldades circunstanciais, tais como a grande distância entre a casa do casal e da parteira, partos que aconteciam a noite ou pela própria saúde das mães.

Uma das pateiras bem conhecidas de Carnaubais foi a senhora Josefa Francisca da Silva, conhecida por Zefa Xole, ou então por Mãe Zefa. Por seu importante trabalho, ela foi homenageada com o nome de uma creche em Carnaubais, a creche Zefa Xole, cujo prédio hoje em dia abriga a Secretaria Municipal do Trabalho, Habitação e Assistência Social – SEMTHAS.

No Museu Zulmira se encontra uma aparadeira (foto acima), uma espécie de vaso, utilizado pelas parteiras para limpar e dar o primeiro banho nas crianças após o nascimento.


Muitos carnaubaenses quando vieram ao mundo, foram “aparados” não por mãos de médicos ou enfermeiros, mas por mãos das parteiras, essas importantes mulheres com um importante ofício que ajudou muitas famílias naquela época. 

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