Por não
existir hospitais, maternidades ou posto de saúde nas terras de Santa Luzia era
comum os partos humanos acontecerem na própria casa dos casais. Nesse contexto,
se destacou a figura da parteira, alguma mulher da comunidade que tinha como
missão ajudar as mães na hora do parto, “pegar” e limpar o recém-nascido.
Elas não
tinham treinamento ou conhecimentos de medicina e enfermagem, mas seu trabalho
era indispensável ás gestantes da época, tendo que enfrentar muitas vezes
perigos para chegar até a casa onde necessitava seu auxílio, dada as precárias
condições das estradas e veredas que só eram transitáveis a pé ou por
carros-de-boi, situação essa que era agravada na época das enchentes, que por
sua vez inundavam as lagoas e interrompiam as passagens dificultando ainda mais
os acessos. Isso, sem falara das próprias dificuldades circunstanciais, tais
como a grande distância entre a casa do casal e da parteira, partos que
aconteciam a noite ou pela própria saúde das mães.
Uma das
pateiras bem conhecidas de Carnaubais foi a senhora Josefa Francisca da Silva,
conhecida por Zefa Xole, ou então por Mãe Zefa. Por seu importante trabalho,
ela foi homenageada com o nome de uma creche em Carnaubais, a creche Zefa Xole,
cujo prédio hoje em dia abriga a Secretaria Municipal do Trabalho, Habitação e
Assistência Social – SEMTHAS.
No Museu
Zulmira se encontra uma aparadeira (foto acima), uma espécie de vaso, utilizado pelas
parteiras para limpar e dar o primeiro banho nas crianças após o nascimento.
Muitos
carnaubaenses quando vieram ao mundo, foram “aparados” não por mãos de médicos
ou enfermeiros, mas por mãos das parteiras, essas importantes mulheres com um
importante ofício que ajudou muitas famílias naquela época.
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